O canabidiol (CBD), substância extraída do cânhamo, planta que é da mesma espécie da maconha – cannabis sativa, tem sido comercializado legalmente em muitos países e se tem propagado a ideia de que esta substância é um medicamento natural no tratamento de diversos problemas de saúde, inclusive, mentais, quando ainda faltam evidências mais robustas para tais afirmações. O CBD é psicoativo e aparentemente não intoxicante.
Um estudo do Reino Unido com mais de 6 mil adolescentes avaliou a associação entre o uso de cannabis sativa (planta), canabinoides sintéticos (maconha sintética), produtos de CBD (óleos, etc), e problemas de saúde mental. É sabido que o uso de cannabis está associado a um risco aumentado de problemas de saúde mental, mas não sabemos muito especificamente sobre os efeitos psíquicos do CBD, este composto canabinoide extraído da planta cannabis e usado na medicina, por exemplo para anorexia e epilepsia.
O estudo mostrou que o consumo dessas substâncias foi associado a provável transtorno depressivo, de ansiedade ou de conduta, bem como a alucinações auditivas. O risco foi aparentemente maior com o uso de maconha sintética. E os usuários de CBD e maconha sintética tinham maior probabilidade de fumar tabaco, uso recente de álcool e de viverem em condições socioeconômicas adversas.
São necessários mais estudos sobre esta associação em jovens, e se faz cada vez mais importante o papel dos educadores, profissionais e gestores em saúde na orientação sobre o uso baseado em evidências da cannabis medicinal.
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