Novos medicamentos para enxaqueca

Os primeiros medicamentos estudados especificamente para enxaqueca são comercializados no mundo há cerca de 6 anos. Eles atuam de forma antagônica, de modo a bloquear a ação do CGRP – substância liberada pelo nosso corpo que dispara as crises de enxaqueca, por isso são chamados de anti-CGRP.

Eles são conhecidos como “mAbs” e “gepants”, devido aos seus nomes. Alguns exemplos deles são: o fremanezumabe, galcanezumabe; o zavegepant, atogepant, e o rimegepant. Os dois primeiros estão disponíveis no Brasil.

Inicialmente esses medicamentos foram autorizados para tratamento profilático ou de crise de enxaqueca quando outros medicamentos mais tradicionais não conseguiam trazer alívio ou eram contraindicados. Eram consideradas drogas de segunda linha.

A novidade é que a Sociedade Americana de Cefaleia, após acompanhar o acúmulo de evidências científicas de segurança e eficácia, recentemente posicionou os anti-CGRP como medicamentos de primeira linha na cadeia de tratamento preventivo da enxaqueca, ou seja, podem ser utilizados já de início, mesmo sem o paciente ter utilizado outros medicamentos profiláticos mais tradicionais antes.

Os anti-CGRP tem eficácia moderada e não curam a enxaqueca. E assim como outros medicamentos tem pacientes que não respondem a este tratamento. Mas podem ser excelentes alternativas de tratamento naqueles pacientes que são respondedores.

Estas novas drogas são de baixo risco e tem baixas taxas de efeitos adversos. Uma vantagem adicional é a comodidade posológica, com medicamentos que podem ser aplicados de forma subcutânea mensal ou trimestralmente. Essa característica contribui para uma baixa taxa de abandono ou descontinuação do tratamento pelo usuário. O fator limitador é o custo elevado desses medicamentos.

Não devemos esquecer que o tratamento da enxaqueca não envolve apenas medicamentos e sim modificações no estilo de vida.

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